LOCALIZACAO
Na margem esquerda do rio Cuanza, Muxima situa-se na provincia do Bengo, a cerca de 138 Kms a sul de Luanda.
Sede do concelho de Quiçama, comarca, arquidiocese e distrito de Luanda. Compreendia, durante o período em que era uma província ultramarina portuguesa, os postos de Demba, Chio, Cabo Ledo, Mumbendo e Quixinge, sem contar com a sede. Situa-se a cerca de 40 metros de altitude, na margem esquerda do rio Cuanza. Tem um clima tropical, quente e húmido e os meses mais quentes vão de Dezembro a Abril. O algodão, o palmar e os citrinos eram os produtos mais explorados. A maior parte da área do concelho constituía (será que ainda constitui?) uma reserva de caça. Muxima começou como presídio, com o fim de dominar os aguerridos povos da Quiçama. Cercada durante o domínio holandês, conseguiu resistir-lhe e, posteriormente, a sua Fortaleza e a Igreja de N.ª Sr.ª da Conceição passaram a ser consideradas monumentos nacionais. As comunicações fazem-se, quer através do rio Cuanza, quer por estradas que, na década de 1970, podiam ser consideradas como excelentes, ligando a Muxima a Gabela, a Porto Amboim, a Maria Teresa (40 kms), a Demba Chio (55 kms) e a Luanda (138 kms).
A CAPELA DE NOSSA SRA. DA MUXIMA
A capela da Nossa Senhora da Muxima é dos lugares de Angola em que fica bem evidenciado o lado espiritual dos africanos. Conta a lenda popular que ela surgiu repentinamente, por obra de um milagre da Santa Maria, que terá tido duas aparições no local na primeira metade do século XVII. Desde então o local tem sido um dos pontos preferenciais de muitos crentes, a maioria dos quais católicos. Relata o padre local, o mexicano Mário Torrez, que o povo acredita não só no poder contido na capela, mas em toda a área circundante. Muxima (coração em Kimbundu) é uma zona de forte tradição de magia e bruxaria, pelo que o "surgimento milagroso da capela" terá sido uma demonstração de poder de Maria sobre as outras poderosas da área. Pouco claras são igualmente as versões convencionais sobre as autoridades que edificaram a capela e o forte naquela localidade do município da Kissama. Determinados estudiosos atribuem a edificação da capela e do forte aos holandeses - na época em que ocuparam Angola - enquanto a grande maioria destes acredita ter sido obra dos portugueses. A segunda tese é sustentada pelo facto de a Holanda não ter tradição católica, e por os holandeses terem dominado por pouco tempo (cerca de 5 anos) os territórios de Ngola. Acresce-se ainda a particularidade de o forte, localizado no morro, situado ao lado da capela, em que se diz ter aparecido Maria, apresentar um estilo típico português. É igualmente curioso o facto de a potência dominadora (tenha sido Portugal ou a Holanda) ter resolvido edificar um templo num local de tão difícil acesso, e a vários quilómetros da costa, numa altura em que a ocupação da colónia restringia-se à orla marítima. Esse facto alimenta a suspeita de que o local já era considerado sagrado pelos autóctones antes da edificação do templo. Assim, os colonizadores terão edificado o templo católico sobre o local sagrado dos povos locais, como forma de mostrar o seu poder e submetê-los psicologicamente. Com efeito, a dominação dos deuses de um povo tem sido uma técnica de submissão dos povos usada por várias potências imperialistas ao longo da história da humanidade. No meio de toda essa amálgama de lendas, milagres, mistérios e contradições, desde 1645 - e quiçá muito antes - que Muxima tem chamado a si corações de milhares de pessoas que junto dela falam das suas preocupações, angústias e desejos. Muita gente vai à "Mamã Muxima" na esperança de que esta resolva os seus problemas de saúde que a ciência não tenha conseguido debelar, outros vão pedir que ela lhes traga dinheiro e os livre da pobreza em que vivem. Não raramente pessoas há que vão à Muxima para entregar-lhe a vida de alguém.
O Forte da Muxima e a capela, estão hoje considerados Património Mundial da UNESCO, a pedido do Governo angolano. No inicio do mês de Setembro faz-se a peregrinação.
Mais de 500.000 fiéis marcaram presença na peregrinação à Mamã Muxima, nos dias 4 e 5 de Agosto. Foi uma festa religiosa bonita, presidida pelo bispo da diocese de Cabinda, D. Filomeno Vieira Dias, que começou com a missa de abertura da peregrinação, procissão da Virgem e a vigília pela paz e reconciliação das famílias. As ofertas após a homilia simbolizaram os agradecimentos em nome de todas as paróquias e dioceses do país pelas graças da Mamã Muxima. O momento solene da peregrinação foi a bênção dada a todos fiéis que levaram consigo carros, fotos, cartas de condução, roupa, objectos de uso pessoa para receber a graça. Dias cinzentos, ensolarados e de chuva marcaram o ambiente que ainda assim se manteve festivo e colorido pelos panos das mais diversas congregações que estiveram presentes. Muxima foi fiel à sua história e acolheu os seus filhos com muito amor.
http://jornaldeangola.sapo.ao/24/0/familia_crista_angolana__homenag...
MUXIMA
OUÇA O HINO:
http://sanzala.com.sapo.pt/Muxima.html
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Se uamgambé uamga uami
Gaungui beke muá Santana
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Se dizes que sou feiticeiro
Leva-me então a Santana
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
A palavra "muxima" quer dizer coração em Kimbundo. Essa música fala da Nossa Senhora do Coração dos Angolanos, também chamada Mama Muximaue; é um verdadeiro hino em Angola.
LEIA TAMBÉM:
http://www.opais.net/pt/dossier/?id=1867&det=4903
NA ARGENTINA
ATUALIZAÇÃO EM 2/11
A imagem de Nossa Senhora na igreja da Muxima, maior centro mariano de África, foi danificada neste domingo (dia 27) em consequência de um ataque à paulada por um grupo de pessoas, noticia, esta segunda-feira, o diário "Jornal de Angola", citado pelo diário português Jornal de Notícias.O ataque, levado a cabo por seis homens e uma mulher - que foram detidos imediatamente - provocou danos na imagem de madeira, mas as autoridades eclesiásticas e civis acreditam que será possível recuperar a imagem que foi danificada.
Os autores do ataque entraram na igreja da Muxima, que dista cerca de 130 quilómetros de Luanda, quando se celebrava a missa dominical e, armados de varas, aproximaram-se do altar onde tentaram destruir a imagem.Citado pelo Jornal de Angola, o reitor do Santuário, padre Albino Reis, caracterizou os atacantes como "fanáticos religiosos" que "atacaram com raiva, a imagem de Mamã Muxima que sofreu danos, mas podem ser recuperados".
Testemunhas do incidente disseram que os atacantes justificaram a ação dizendo que a imagem de Nossa Senhora não tinha significado religioso, pelo que tinha de ser destruída.Após a tentativa de destruição, o interior da igreja e o átrio exterior foram palco de trocas de insultos e agressões, tendo a polícia posto cobro à confusão, detendo os responsáveis da ação e isolando-os dos fiéis, que queriam fazer justiça pelas próprias mãos. (RS)
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Mama Muximaue, rogai por nós!
OBRIGADA REGINA.EU NÃO CONHECIA A NOSSA SENHORA MAMA MUXIMAUE.
QUE ELA NOS PROTEJA SEMPRE.
ASSIM SEJA
Nossa Senhora é mesmo a mãe de todos nós, independente de etnia, localização e crença! Não conhecia essa história. Que Nossa Senhora Muximaue proteja nossos irmãos africanos. Amém!
Amém
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