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Os 10 mandamentos da Internet ou Sobre o uso virtual da Internet

Os 10 mandamentos da Internet ou Sobre o uso virtual da Internet

Padre Jean-Michel Gomis (FSSPX)

1º QUANDO LIGARES O COMPUTADOR, PENSARÁS NOS NOVÍSSIMOS E ROGARÁS A DEUS E A SUA MÃE.

Se virmos claramente que não somos movidos pelo bom espírito, abandonemos sem demora o nosso propósito. Mas se realmente nos parecer que temos uma intenção reta, encomendemo-nos a Deus e a sua Mãe para pedir seu amparo.

Alguns têm o bom costume de colocar ao lado da tela do computador um santinho ou uma imagem piedosa para se manterem na presença de Deus e assim elevar sua alma até Ele enquanto usam o computador. É uma prática altamente aconselhável.

2º SE PRECISARES CONECTAR-SE EM CASA, COLOCARÁS A TELA EM LOCAL BEM VISÍVEL

No caso da conexão ser realmente necessária, existe a obrigação grave de limitar o perigo espiritual o máximo possível. Com este fim se deve colocar o computador em um lugar público da casa, evitando definitivamente os quartos, e deixar a porta aberta quando se está conectado.

3º DO LAZER CIBERNÉTICO TE ABSTERÁS

Já dissemos, mas devemos insistir: navegar na ‘web’ é uma atividade perigosa para a alma, que quase sempre estimulará pelo menos uma das três concupiscências.

A SOBERBA DA VIDA: Com a internet, de certa maneira nos propõe o mesmo: conhecer a tudo como Deus e julgar tudo como Deus. Além disso, dá-nos a possibilidade de lançar a voz ao mundo inteiro. Essa impressão de poder e juízo quase absoluto alimenta nossa soberba e vanglória.

A CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS: a ‘web’ nos apresenta todos os objetos possíveis e imagináveis, fomentando assim a cobiça.

A CONCUPISCÊNCIA DA CARNE: segundo as estatísticas oficiais, 12% dos sites do mundo são pornográficos!

Nem falemos dos abundantes vídeos, fotos, imagens, piadas ou propagandas que estimulem a sensualidade.

4º NÃO DEIXARÁS OS TEUS FILHOS ACESSO LIVRE À INTERNET

Os filhos menores não podem ter acesso livre à internet, seja para estudo, diversão etc. Deixá-los navegar pela internet sem controle constitui uma imprudência grave.

Até os doze anos uma criança não tem motivo para usar internet. Recém chegado à adolescência, ele poderá iniciar progressivamente o uso virtuoso do computador, sempre na presença de um adulto.

5º GERALMENTE DESCONFIARÁS DO QUE SE LÊ NA WEB

Sem dúvida, muitas informações publicadas na internet são juízos pessoais, que valem o que seu autor vale. Para emitir um juízo prudente, o católico deve conservar a prudência e o espírito sobrenatural.

A PRUDÊNCIA: antes de reconhecer alguma informação como verdadeira, examinemos bem o assunto: quem difunde a informação? Conhece do tema? Tem autoridade para fazê-lo?

O ESPÍRITO SOBRENATURAL: não deixemos que as notícias cibernéticas perturbem a paz da nossa alma e nos levem a alguma reação passional, tal como a ira, o ressentimento, a tristeza, um entusiasmo eufórico etc.

Para emitir um juízo verdadeiramente prudente se deve conservar a serenidade. É uma condição necessária para que possamos receber as luzes que o Espírito Santo nos envia.

6º NÃO TERÁS CONVERSAS VÃS OU PERIGOSAS POR MESSENGER, FACEBOOK OU SKYPE

O êxito das ‘redes sociais’ manifesta a importância que estão tomando as conversas cibernéticas. Mas como qualquer relação humana, é preciso seguir as regras das virtudes: caridade, justiça, temperança etc. Podem-se distinguir duas categorias de conversações que não respeitam essa regra:

AS CONVERSAS INÚTEIS. Basta entrar no ‘Facebook’ para comprovar a inutilidade de muitos comentários. Fala-se de tudo... e de nada. Sem nenhuma dúvida, Nosso Senhor Jesus Cristo afirma que deveremos prestar contas de qualquer palavra ociosa: “Eu digo-vos que de qualquer palavra ociosa que tiverem proferido os homens, darão conta dela no dia do juízo” (São Mateus: 12,36).

AS CONVERSAS PERIGOSAS:

não falamos aqui das conversas abertamente imorais, que atentam contra a fé ou a moral. Sua malícia é evidente. A este respeito, a experiência nos mostra que a impessoalidade dos ‘chats’, geralmente se tem mais liberdade no tratamento e, portanto, é preciso ter uma vigilância particular.

Mas deixemos isso de lado e concentremos nossa atenção nas conversas perigosas sem ser claramente imorais. Chamamos conversa perigosa aquela que apresenta um perigo espiritual para a santificação da alma.

Sem cair em escrúpulos, recordemos aqui que as conversas inúteis com pessoas do outro sexo estimulam inutilmente a imaginação e a sensibilidade. Por este motivo, a moral católica ensina que elas constituem, pelo menos, uma falta leve contra a temperança. Este princípio tem uma importância particular para pessoas casadas: o anonimato da ‘web’ permite trair secretamente e com mais facilidade as promessas do matrimônio.

7º DAS DISCUSSÕES DOS BLOGUES E FÓRUNS FUGIRÁS

Guardar o modo virtuoso durante uma conversa sempre requer uma boa dose de mansidão e de caridade. Lamentavelmente são virtudes muito pouco presentes nos fóruns e blogues. Quanta arrogância e soberba se veem nos comentários! Pontifica-se, fala-se de tudo e de todos sem matizes, com juízos imediatos e, frequentemente, temerários. Quantas trocas de palavras muito poucos caridosas nos fóruns! Estamos longe da busca sincera e virtuosa da verdade. Por isso, devemos seguir a recomendação dos Provérbios (22,24): “Não tenhas amizade com o homem colérico, nem andes com o furioso, para não suceder que aprendas o seu proceder, e dês à tua alma ocasião de ruína.”

O católico deve evitar essas discussões intermináveis e escutar as palavras de São Paulo aos Efésios (4,31): “Toda amargura, ira, raiva, gritaria, maledicência, com todo o gênero de malícia, sejam banidas de entre vós. Pelo contrário, sede benignos uns com os outros, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou por Cristo”. Deste modo, seremos verdadeiros filhos de Deus; “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” (São Mateus: 5,9).

8º SE PUBLICAR ALGO NA WEB, NÃO CAIRÁS NO PRURIDO DE FALAR NEM NO EXIBICIONISMO DOENTIO

PRURIDO DE FALAR: “Ter-se sinceramente e de coração como último dos homens, evitar a singularidade, conservar o silêncio e o não falar se não formos perguntados...” Assim diz São Bento em sua Regra, referindo-se aos seus famosos doze graus de humildade. São conselhos geralmente desprezados pelas publicações na ‘web’: a jactância, a loquacidade e a vanglória são, lamentavelmente, a regra geral. “Eu acho... eu creio... eu faria assim... na minha opinião... não entendo por que...” e outras expressões parecidas são muito comuns. Eu, eu, eu... Estamos longe da humildade praticada pelos Santos, que fugiam do juízo próprio e procuravam ser desconhecidos, segundo convida a “Imitação de Cristo”: “Se queres aprender e saber algo proveitosamente, procura ser desconhecido e tido por nada” (Livro I, Capítulo 2).


EXIBICIONISMO DOENTIO: além do prurido de falar, a ostentação é outro grande perigo nas publicações cibernéticas. Publicam-se milhares de fotos de alguém, com o perigo de se cair no narcisismo. Às vezes, pisoteia-se a virtude da modéstia de forma assombrosa; frequentemente se cai no espírito do mundo e das três concupiscências. Não faltam exemplos como este: Fulana é tradicionalista. Vai à Missa todos os domingos; veste véu e está absorta em oração durante a Santa Missa. Mas no ‘Facebook’ ou no ‘Fotolog’ aparece na festa, dançando imodestamente, com vestido provocativo, ou talvez na praia com o “namorado”... Há nisso uma profunda incoerência e um grave escândalo.

9º QUANDO TRATARES SOBRE A FÉ OU MORAL, CONSULTARÁS O SUPERIOR ECLESIÁSTICO

Os católicos de hoje vivem em uma situação realmente muito particular. Como aconteceu com Dom Lefebvre em seu tempo, para conservar a fé e a pregação da fé somos obrigados a estar em oposição com a autoridade eclesiástica. Mas esta situação de crise traz graves perigos espirituais: pode estimular um espírito de independência diante de qualquer autoridade; leva a pensar que somos livres e independentes para publicar o que quisermos em matéria de fé e de moral, e que nenhuma autoridade pode nos exigir ou limitar a esse respeito. Cuidado! Estaríamos em plena liberdade de expressão revolucionária, condenada várias vezes pelo Magistério da Igreja.

Nós que temos a graça imensa de viver na Tradição da Igreja, temos o dever de nos dirigir ao nosso superior eclesiástico quando queremos publicar algo relativo à fé e à moral. Os fiéis aos seus sacerdotes, os sacerdotes aos seus superiores. Deste modo, pedimos conselho a quem tem graça de estado para nos guiar, evitaremos juízos apressados, imprudentes ou claramente falsos sobre matérias tão importantes e delicadas.

10º QUANDO SENTIRES A TENTAÇÃO EM TUA ALMA, SAIRÁS DA PERIGOSA REDE IMEDIATAMENTE

É uma regra de ouro! Não brinquemos com o demônio! Advertiu-nos Nosso Senhor Jesus Cristo claramente: “Se a tua mão ou o teu pé é ocasião de escândalo ou pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti; porque é melhor para ti entrar na vida eterna manco ou coxo, do que tendo as duas mãos ou os dois pés ser precipitado no fogo eterno. E se o teu olho é para ti ocasião de escândalo, arranca-o e lança-o para longe de ti; porque é melhor para ti entrar na vida eterna com um só olho, do que ter os dois e ser lançado ao fogo do inferno.” Isso se aplica perfeitamente ao computador. Quando sentimos que o espírito das trevas se aproxima e nos ataca, larguemos imediatamente o computador. Mais vale entrar sem internet na vida eterna do que ir com ela para o fogo eterno.

CONCLUSÃO: NÃO NOS DEIXEMOS ENGOLIR!

Podemos resumir com três palavras as disposições de alma para usar virtuosamente a internet: oração, vigilância e mortificação.

ORAÇÃO: para pedir a graça de usar santamente essa ferramenta.

VIGILÂNCIA: para evitar qualquer ocasião de tropeço.

MORTIFICAÇÃO: da curiosidade, que constitui a grande armadilha espiritual da ‘web’.

Não nos esqueçamos: muitas almas não progridem na vida espiritual por causa do uso excessivo do computador! QUE NÃO SEJA O NOSSO CASO.

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Comentário de Elciene Maria Tigre Galindo em 2 janeiro 2018 às 23:32

Gratidão!

Comentário de Roberto Ferraz Silveira Junior em 21 dezembro 2017 às 6:34

Gratidão imensa Regina!

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