Testemunho de conversão do Padre Joseph Marie Verlinde
(Texto extraído da página:
http://euqueroviverparadeus.wordpress.com/2013/10/30/era-mestre-de-... )
“Não existe yoga cristã, mas há cristãos que fazem yoga”, disse quem foi mestre dessa disciplina que é, adverte, um caminho de vida. Hoje o belga Joseph Marie Verlinde é sacerdote e Prior de um monastério na França. Sua diáfana reflexão sustentada na experiência questiona os argumentos que apresentam o yoga como simples e benéficos exercícios de acondicionamento físico e psíquico.
Em seu livro “A Experiência Proibida”, da qual apresentaremos alguns extratos, além das passagens de uma entrevista emitida por “Net For God Production” nos transparece a verdade e a paixão por sua resposta fiel a Deus, que finalmente conquistou sua alma.
Apenas com 20 anos já era um adiantado cientista no Fundo Nacional de Investigação Científica da Bélgica, quando fez parte da grande revolução cultural de 1968. “Eu era investigador de Química Nuclear e os meios científicos e de investigação se encontravam em plena efervescência. Nesse momento, me deixei levar por essa onda. Foquei-me nas propostas do oriente que invadiam o horizonte da cultura ocidental”.
A revolução das estruturas e da consciência
Nem sua sólida educação cristã, como tampouco a inata qualidade crítica de seu ser cientista impediram que fosse impactado pelo movimento de estruturas na sociedade da época. E um dia qualquer, ficou absorto diante de um painel publicitário que convidava para praticar a Meditação Transcendental. Aquilo de ser uma “via simples, fácil e eficaz”, disse, para chegar a estados superiores de consciência e uma auto-realização plena, era irresistível. “ Entreguei-me a praticar intensamente -detalha- até o ponto que cheguei a me encontrar tão abstraído como se estivesse fora da realidade e incapaz de assumir meu trabalho no laboratório onde trabalhava”.
O guru e a sedução do Yoga
Foi então quando conheceu um renomado seguidor do yoga, chamado Maharishi Mahesh Yogi. “Como prestava uma atenção especial aos homens de ciência, me recebeu cordialmente. Começou me fazendo praticar a técnica ainda mais intensamente, pois, segundo ele, as dificuldades que experimentava eram porque devia relaxar em tensões profundas. Após esse tempo de «purificação», propôs me converter eu mesmo em mestre de meditação, e me formou para isso”.
Por quase três anos explorou nas afamadas bondades do yoga, permanecendo em uma comunidade espiritual (Ashram) na Índia. Depois fui treinado, ali, no berço do Yoga, descobrindo, disse, que a prática “era uma grande liturgia. Enquanto aqui, os ocidentais faziam e fazem yoga como exercícios de relaxamento. Inclusive quando disse ao guru em uma viagem para a Alemanha que os europeus estavam fazendo yoga para se relaxar, ele teve um ataque de riso.
Depois, pensou por um momento e disse «isto não evitará que o yoga faça seu efeito»”. Ficou estremecido e refletindo sobre isto em seu livro “A experiência proibida” recorda que apesar de viver beleza, harmonia e serenidade durante suas práticas… “toda minha natureza podia exultar com uma sobriedade indescritível, salvo uma pontinha de minha alma que seguia insatisfeita, desejando o Amado…”
Joseph Marie afirma em seu livro que o Yoga é em tudo um caminho alheio para quem confessa a Fé. No horizonte cristão, precisa, “a elevação que fala é uma saída de si mesmo até Deus e para os outros, em uma entrega caritativa a eles”. Depois agrega que este não é o horizonte do Yoga, que em si é… “uma imersão em si mesmo para desfrutar de maneira narcisista o próprio ato de ser, em um êxtase solitário… o yogui se põe a caminho até a sua própria realidade «absoluta», da qual quer gozar sem companhia de ninguém”, sentencia.
Recuperando o sentido
Tempo depois, com vagas mas permanentes luzes de saudade de Deus, a visita de um médico vegetariano afetaria Joseph Marie. “Nossos corpos estavam maltratados pelo intenso exercício que realizávamos ali e este médico era cristão. Como eu era uma espécie de secretário pessoal do guru o recibi. Nos pusemos a conversar e ele me perguntou «Você é cristão? Foi batizado?», lhe disse «claro!». E me devolveu outra pergunta «Quem é Jesus para você?». Foi difícil de expressar, porém percebi que aí Jesus me dizia «Meu filho… quanto tempo me fará esperar?».
Depois disso, percebi que era amado incondicionalmente, que não havia nenhuma sombra de julgamento em seu olhar, não havia penitência, mas compaixão. Uma ternura infinita, um mar de misericórdia se derramava sobre mim e eu chorava, chorava todas as lágrimas de meu arrependimento…”. Não passou muito tempo para que Joseph Marie se visse revestido com a força necessária para abandonar o Ashram e as práticas do guru.
Um retorno com tropeços
Tomou um avião de regresso à Bélgica. Com apenas um saco chegou a Bruxelas. No entanto, sentindo-se cheio de temores, confuso, em vez de buscar ajuda com pessoas da igreja, recorreu a pessoas que lhe pareciam ser mais idôneos para esclarecer suas inquietudes. “Estavam adaptados à corrente das tradições transmitidas do hinduísmo, mas tinham também como referência os evangelhos. Pus minha confiança neste grupo que se dizia «cristão», mas a verdade é que misturavam energia e reencarnação. E bem, não sabia nesse momento, mas havia entrado em uma escola esotérica”.
Começou a naufragar nesse ambiente e logo veio uma volta mais radical naquela comunidade. “Demos a volta ao ocultismo. Eu me vi em práticas ocultistas, no âmbito do que se chamaria hoje «Terapias Energéticas», ou seja, manipular as energias ocultas com o fim de obter curas. Tornei-me amigo de um vegetariano e se admirou de minhas «habilidades» como médium usando as forças ocultas sem dificuldade para penetrar na mente dos outros. Estas sessões de cura ocupavam todo meu tempo livre. Pois, na realidade não havia «cura», somente um substituição dos sintomas”.
“Então assim, comecei a participar da Eucaristia -assinala, embora eu não ousasse confiar nos representantes da igreja, e prolongava meus tempos de oração com o Santo Rosário. Paulatinamente tomei consciência da alienação sutil que padecia a raiz do trabalho com estas entidades. Sobretudo, quando um dia se manifestaram”.
Honesto Joseph Marie confidenciou que escutou estranhas vozes em seu trabalho. “Tinha um grupo de manipulações que chamávamos «coletividade magnética». E em um profundo silêncio ouvia alguém que dizia coisas, mas na realidade, ninguém me chamava. Estava muito preocupado, porque se repetia sempre. Então, comentei com os dirigentes do grupo, que riram e me disseram: «Não é nada. Não te dissemos, mas é evidente que exerces tais poderes sem a ajuda dos espíritos. São anjos curadores»”.
Mas continuou escravizado por estes «anjos curadores» ao extremo que em uma viagem a Paris quando ia para uma Eucaristia ao meio-dia, no momento da consagração, “quando o sacerdote disse «por Ele, com Ele e em Ele», escutei estes seres blasfemarem vergonhosamente de Cristo. Fiquei petrificado.
Nesse instante compreendi que havia sido enganado, abusado. No final da celebração, busquei o sacerdote e lhe contei minha história.
E me respondeu: «isso não me assombra. Sou o exorcista da diocese».
Depois deste primeiro encontro de libertação -e este detalhe é muito importante-… ia todos os dias à missa e não acontecia nada, os espíritos ou entidades se ocultavam. Sabiam que era melhor ficarem quietos. Porém a autoridade que tinha o sacerdote os obrigou a se rebelarem, para fazer a grande limpeza. Pude ser finalmente libertado com orações intensas”, confidencia.
A chamada ao sacerdócio amadurecia no coração de Joseph Marie desde que havia regressado da Índia. “Esta vez –afirmou- decidi agarrar-me com a Igreja, tomando o tempo necessário para compreender minha história à luz do Evangelho”.
Foi assim que depois de dez anos de formação foi ordenado sacerdote em 1983 integrando-se na Comunidade Monástica de São José, onde é Prior de um monastério, na França, até hoje."
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