Ave Luz

Alegra-te cheia de graça!

A GRAÇA E O MÉRITO

A GRAÇA

“A graça é o favor, o socorro gratuito que Deus nos dá, a fim de respondermos ao seu chamamento para nos tornarmos filhos de Deus, filhos adoptivos participantes da natureza divina e da vida eterna”

“Esta vocação para a vida eterna é sobrenatural. Depende inteiramente da iniciativa gratuita de Deus, porque só Ele pode revelar-Se e dar-Se a Si mesmo. E ultrapassa as capacidades da inteligência e as forças da vontade humana, como de qualquer criatura.”

“A graça de Cristo é dom gratuito que Deus nos faz da sua vida, infundida pelo Espírito Santo na nossa alma para a curar do pecado e a santificar.”

“A graça santificante é um dom habitual, uma disposição estável e sobrenatural, que aperfeiçoa a alma, mesmo para a tornar capaz de viver com Deus e de agir por seu amor.”

“É certo que nós também trabalhamos, mas não fazemos mais do que cooperar com Deus que trabalha, porque a sua misericórdia nos precedeu. Precedeu-nos para sermos curados e continua a acompanhar-nos para que, uma vez curados, sejamos vivificados. Precede-nos para que sejamos chamados, segue-nos para que sejamos glorificados, precede-nos para que vivamos segundo a piedade, segue-nos para que vivamos para sempre com Ele, porque sem Ele nada podemos fazer».”

“A livre iniciativa de Deus reclama a resposta livre do homem, porque Deus criou o homem à sua imagem, conferindo-lhe, com a liberdade, o poder de O conhecer e de O amar. Só livremente é que a sua alma entra na comunhão do amor. Deus toca imediatamente e move directamente o coração do homem. Colocou no homem uma aspiração à verdade e ao bem, que só Ele pode satisfazer.”

O MÉRITO

“Em relação a Deus, não há, da parte do homem, mérito no sentido dum direito estrito. Entre Ele e nós, a desigualdade é sem medida, pois nós tudo recebemos d'Ele, nosso Criador.”

“O mérito do homem perante Deus, na vida cristã, provém do facto de que Deus dispôs livremente associar o homem à obra da sua graça. A acção paterna de Deus é primeira, pelo seu impulso, e o livre agir do homem é segundo, na sua colaboração; de modo que os méritos das obras devem ser atribuídos à graça de Deus, primeiro, e depois ao fiel. Aliás, o próprio mérito do homem depende de Deus, porque as suas boas acções procedem, em Cristo, das predisposições e ajudas do Espírito Santo.”

“A adopção filial, tornando-nos, pela graça, participantes da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro mérito. Trata-se de um direito derivante da graça, o direito pleno do amor que nos faz «co-herdeiros» de Cristo e dignos de obter a «herança prometida da vida eterna». Os méritos das nossas boas obras são dons da bondade divina. «A graça precedeu; agora restitui-se o que é devido [...] Os méritos são dons de Deus»”

“Uma vez que, na ordem da graça, a iniciativa pertence a Deus, ninguém pode merecer a graça primeira, que está na origem da conversão, do perdão e da justificação. Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos, depois, merecer para nós mesmos e para outros, as graças úteis para a santificação e para o aumento da graça e da caridade, bem como para a obtenção da vida eterna. Os próprios bens temporais, tais como a saúde e a amizade, podem ser merecidos segundo a sabedoria de Deus. Estas graças e estes bens são objecto da oração cristã. Esta provê à nossa necessidade da graça para as acções meritórias.”

“A caridade de Cristo é, em nós, a fonte de todos os nossos méritos diante de Deus. A graça, unindo-nos a Cristo com um amor activo, assegura a qualidade sobrenatural dos nossos actos e, por consequência, o seu mérito, tanto diante de Deus como diante dos homens. Os santos tiveram sempre uma consciência viva de que os seus méritos eram pura graça.”

FONTE: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – Parágrafos 1996, 1998, 1999, 2000, 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011

Página: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s1cap3_1949-2051_po.html

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Aproveito para compartilhar um trecho de um estudo que fizemos na segunda feira, foi exatamente sobre Graça e Mérito.

O cristão progride por seus méritos: podemos merecer. Merecer, quer dizer, colocar diante de Deus um certo direito a receber esse aumento de vida sobrenatural. Não podemos iniciar sozinhos, por nossas próprias forças, o movimento da perfeição; podemos merecer esse acréscimo da vida divina: àquele que faz frutificar os talentos, o Mestre dá como recompensa uma maior riqueza.

O QUE É MÉRITO

Mérito em geral, é um direito a uma recompensa. O mérito sobrenatural, de que aqui se trata, será pois, o direito a uma recompensa sobrenatural, isto é, a uma participação da vida de Deus, à graça e a glória. E, como Deus não é obrigado  a nos fazer participar de sua vida, será necessária uma promessa de sua parte, para nos conferir um verdadeiro direito a essa recompensa sobrenatural. Pode-se, pois, definir o mérito sobrenatural: um direito a uma recompensa sobrenatural que resulta de uma obra sobrenaturalmente boa, feita livremente para Deus, e duma promessa divina que afiança essa recompensa.

Distingue-se duas espécies de mérito: a) o mérito propriamente dito (que se chama de condigno), ao qual a remuneração é devida  em rigor de justiça, porque há certa igualdade ou proporção real entre a obra  e a retribuição; b) o mérito de conveniência (de conguo), que não se funda em estrita justiça, senão em grande conveniência, visto a obra não ser, senão em reduzida escala, proporcionada com o galardão. Para dar desta diferença uma idéia aproximada, pode-se dizer que o soldado que se denodadamente no campo de batalha tem direito estrito ao soldo de guerra, mas somente direito de conveniência a uma citação na ordem do dia ou a uma condecoração.

O Concílio de Trento ensina que as obras dos homens justificado mereceram verdadeiramente um aumento de graça, a vida eterna, e se morrer neste estado, a consecução da glória.

Relembremos sumariamente as condições gerais do mérito.
A) A obra para ser meritória, deve ser livre; é claro que quem opera constrangido ou necessitado, não tem necessidade moral dos próprios atos.
B) Deve ser sobrenaturalmente boa, para estar em proporção da recompensa.
C) Tratando-se do mérito propriamente dito, deve ser praticado em estado de graça que faz habitar e viver Cristo em nossa alma e nos tornar participantes do mérito.
D) Durante a nossa a vida mortal ou viadora, pois que Deus sabiamente determinou que, após um período de provação em que podemos merecer ou desmerecer, chegássemos ao termo onde ficaremos para sempre fixados no estado em que a morte nos colher. – A estas condições da parte do homem junta-se da parte de Deus a promessa que nos dá um direito verdadeiro à vida eterna; é que, na verdade, segundo São Tiago, “o justo recebe a coroa de vida que Deus prometeu aos que o amam”. (Tiago 1, 12).

(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística - AD. Tanquerey - 1961)

Gratidão, Regina, por compartilhar este estudo com base no "Compêndio de Teologia e Ascética Mística", inspirando-nos reflexões sobre um tema tão importante na vida cristã!

Uma abençoada noite a você e a todos!

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