Ave Luz

Alegra-te cheia de graça!

Serva de Deus Marta Robin (1902-1981)




Alimentou-se somente da Eucaristia durante 53 anos

Marta Robin, nasceu no dia 13 de março de 1902, em Châteauneuf-de-Galaure (Drôme), na França, no seio de uma família de camponeses, e passou toda a sua vida na casa paterna, onde morreu no dia 6 de fevereiro de 1981. Toda a existência de Marta girou ao redor de Jesus Eucaristia, quem foi para ela: “Aquele que cura, consola, aligeira, abençoa, o meu Tudo”.

Desde 1928, depois de uma grave doença neurológica, Marta estava quase absolutamente impossibilitada de movimentar-se, e particularmente não podia engolir porque os músculos da deglutição estavam bloqueados. Além disso foi obrigada, por causa de uma doença nos olhos, a viver praticamente na escuridão.


Eis o testemunho do Padre Finet, o seu diretor espiritual: “Quando recebeu os estigmas, no início do mês de outubro de 1930, Marta já vivia a sua Paixão desde 1925, ano em que ela se ofereceu como vítima de amor. No mesmo dia, Jesus lhe disse que depois da Virgem Maria, Ele tinha escolhido ela para viver mais intensamente a Paixão e ninguém poderia vivê-la de maneira tão plena. Acrescentou que cada dia ela sofreria mais e mais, e que nunca mais dormiria à noite. Depois dos estigmas, Marta não pôde mais nem comer, nem beber e o êxtase durava até a segunda ou terça-feira. Durante um dos êxtases, Jesus disse a Marta: Os meus sacerdotes, os meus sacerdotes, dá-me tudo por eles. Minha Mãe e Eu os amamos tanto. Dá-me todos os teus sofrimentos, tudo o que sofres neste momento, todos aqueles com os quais tu queres mergulhar no meuAmor, dá-me o teu isolamento e a tua solidão e a solidão na que eu te coloquei, tudo sem descanso pelos meus sacerdotes. Oferece-te ao Pai comigo por eles e não temas sofrer muito pelos meus sacerdotes, eles necessitam realmente de tudo isso que estou para realizar em ti em favor deles”.


A Serva de Deus Marta Robin deu o seu sim prontamente, livremente, de boa-vontade e com o coração repleto de paz, tudo o que Jesus lhe pedia, todos os sofrimentos e dores por amor, um grande amor a Jesus redentor e pelos seus tão queridos pecadores que queria salvar.

Marta Robin se tornou conhecida depois que o famoso e ilustre escritor e filósofo Jean Guitton escreveu o livro "A Jornada Imóvel". O grande filósofo Jean Guitton, recordando o seu encontro com a vidente, escreveu um impactante testemunho:

“Encontrei-me naquele quarto escuro, apresentado a Marta por uma das mentes mais contestatórias do nosso tempo: o médico de Anatole France, o Doutor Couchourd, discípulo de Alfred Loisy e diretor de uma coleção de livros anticristãos. Desde o primeiro encontro com Marta Robin, entendi que ela seria para mim uma “irmã na caridade”, como sempre o foi para milhares de visitantes. Era uma camponesa dos campos franceses, que por trinta anos não ingeriu nem comida, nem bebida; nutria-se somente da Eucaristia e cada sexta-feira revivia, com os estigmas, as dores da Paixão de Jesus. Uma mulher que talvez foi a pessoa mais estranha, extraordinária e desconcertante da nossa época, mas que justamente no século da televisão permaneceu desconhecida ao público, sepultada no mais profundo silêncio...”.

Efetivamente, além dos fenômenos místicos extraordinários, a obra evangelizadora que Marta levou adiante foi realmente muito significativa, apesar das suas precárias condições. Graças à ajuda do Padre Finet, seu diretor espiritual, fundou sessenta “Foyers de Lumiére, de Charité et d’Amour” espalhados pelo mundo todo.



Fonte: The Real Presence

 

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Reflexões sobre Marthe Robin

Trecho retirado do livro "Cartas a Marc: Sobre Jesus" por Henri Nouwen

Agora eu gostaria de dizer uma ou duas coisas sobre ela [sobre Marthe Robin], não só porque por acaso eu estou aqui [onde Marthe Robin viveu], mas porque, o tempo todo, eu tenho vontade de escrever sobre Jesus como o Deus escondido.
Acho que você não vai ser capaz de penetrar o mistério da revelação de Deus em Jesus enquanto você não se deixar atingir pelo fato de que, na maior parte da vida, Jesus estava escondido e que mesmo nos anos de vida "pública" ele permaneceu pouco visto, tanto mais quanto as pessoas estavam preocupadas. Enquanto o caminho do mundo é insistir na publicidade, celebridade, popularidade, e obter o máximo de exposição, Deus prefere trabalhar em segredo. Você deve ter a coragem de deixar que o mistério do segredo de Deus, o anonimato de Deus, mergulhe profundamente em sua consciência, porque, caso contrário, você estará continuamente olhando na direção errada. Aos olhos de Deus, as coisas que realmente importam raramente acontecem em público.
    
É bem possível que as razões pelas quais Deus sustenta nosso mundo violento e homicida, e continua nos dando novas oportunidades para a conversão, serão sempre desconhecidas para nós. Talvez, enquanto focamos toda nossa atenção sobre os VIPs e os seus movimentos, sobre conferências de paz e manifestações de protesto, são as pessoas totalmente desconhecidas, rezando e trabalhando em silêncio, que fazem com que Deus nos salve mais uma vez da destruição. Muitas vezes penso que tenho conseguido permanecer fiel a meus chamados cristão e sacerdotal graças às orações e a magnanimidade de pessoas que permanecem completamente desconhecidas para mim durante a toda minha vida. Talvez muitos dos maiores dos santos permaneçam anônimos.

Marthe Robin é um dos mais impressionantes exemplos da presença escondida de Deus em nosso mundo. Ela nasceu em 1902. Aos dezesseis anos ela ficou doente e a sua doença, para a qual os médicos não conseguiram encontrar nenhuma explicação, ficou cada vez pior. Lentamente, mas com segurança, ela tomou consciência de que Deus a chamava para uma vida em que ela estaria ligada de modo especial ao sofrimento de Jesus.
Quando ela tinha 23 anos, ela escreveu um "ato de abandono". Nele, ela deu ao Deus de amor tudo quanto possuía: "Eu pertenço a você sem qualquer reserva e para sempre. Ó Amado da minha alma! É só você quem eu quero, e por seu amor eu renuncio a tudo". Quando ela tinha 26 anos, as pernas tornaram-se totalmente paralisadas, e logo depois os braços. A partir de então ela não comeu, bebeu ou dormiu.
De 1928 até sua morte em 1981, ela não tomou alimento algum além da Sagrada Comunhão semanalmente. Quando eu ouvi pela primeira vez sobre isso, soou para mim como um conto de fadas piedoso, mas agora que eu falei com um monte de pessoas que conheceram pessoalmente Marthe Robin, eu percebo que Deus pode realizar muito mais em um ser humano do que nós, que somos de pouca fé, estamos preparados para acreditar como possível. A "abstinência" total de Marthe é uma das maneiras pelas quais Jesus manifestou o seu amor por ela.


Em setembro de 1930, Jesus apareceu a Marthe e lhe perguntou: "Você gostaria de se tornar como eu sou?" Ela respondeu: "Sim" e logo depois ela recebeu as chagas de Jesus em suas mãos, pés e lado. Ela também recebeu a coroa de espinhos. A partir desse momento, semana a semana, Marthe começou a sofrer plenamente a Paixão de Jesus. Seu sofrimento com Jesus era tão intenso que lágrimas de sangue fluíam de seus olhos e as marcas de espinhos invisíveis apareceram em toda a sua cabeça. Toda sexta-feira ela entrava tão plenamente na morte de Jesus que só no sábado ela voltava a si mesma, e até domingo e segunda-feira ela permanecia em um estado de total exaustão. Como o passar dos anos seu sofrimento cresceu e aprofundou-se. No começo ela sofreu com Jesus, mas pouco a pouco tornou-se Jesus sofredor.
 

Para Jean Guitton, um conhecido filósofo francês que visitou-a várias vezes, ela disse:
"No início, eu reconheci em minhas visões pessoas ao longo da estrada que Jesus caminhou para o Calvário. Mas agora eu fui além disso. O que me ocupa agora é a Paixão, unicamente Jesus. Eu não sei como explicar .... Coisas como essa são tão dolorosas que morreria se Deus não me sustentasse. E ainda assim é delicado."

Eu não estou lhe dizendo tudo isso para relacionar com coisas estranhas ou sombrias. Eu quero mostrar a você que, no meio do nosso mundo em guerra, há pessoas que, de uma maneira muito oculta, entram no mistério do sofrimento de Jesus, um sofrimento por amor ao mundo. (...)


Algumas vezes como agora, eu fiquei em oração na sala onde, por 51 anos, Marthe experimentou o sofrimento de Jesus. Muitos daqueles que a conheceram dizem que provavelmente nunca alguém tenha vivido de forma tão direta e tão intensa em seu próprio corpo o sofrimento e a morte de Jesus. Toda vez que entro naquela sala pequena, eu experimento o que até agora nunca experimentei em nenhum outro lugar: a paz que o mundo não pode dar, uma alegria que não está em conflito com o sofrimento, uma entrega total que torna possível a verdadeira liberdade, e um amor que provém do próprio Deus, mas que muitas vezes permanecem desconhecidos a nós, seres humanos.


Lá eu descobri muito concretamente o que a vida é e o que é pedido de mim: se eu quero espalhar o amor de Deus. É uma vida em que a alegria e a cruz nunca estão separados. É uma vida que não busca poder, influência, sucesso e popularidade, mas está confiante de que Deus está secretamente trabalhando e, em segredo, está fazendo algo novo crescer. É uma vida de mortificação, isto é, de morrer para os velhos modos de ser, para que seja possível a nós produzir novos frutos.


Muitas pessoas vieram visitar Marthe durante a sua vida para buscar conselhos e orientações. Com simplicidade absoluta e, muitas vezes com um grande senso de humor, ela conversava com eles. Era extremamente raro para ela falar sobre si mesma. Sua preocupação e compaixão foram sempre dirigidos para seus visitantes ...

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Jesus disse a Marthe num dos seus êxtases: "Os meus sacerdotes, os meus sacerdotes, dá-me tudo por eles. A minha Mãe e Eu os amamos tanto. Dá-me todo o teu sofrimento, tudo aquilo que sofres neste momento, tudo aquilo no qual queres submergir o meu Amor; dá-me o teu isolamento, a tua solidão e a solidão na qual eu te coloco; tudo e sem interrupção para os meus sacerdotes. Oferecido ao Pai comigo, por eles; não temas ter de sofrer muito pelos meus sacerdotes, esses têm uma necessidade muito real de tudo aquilo que estou para te fazer, para seu proveito."

Creio que a inspiração para criar o grupo VOCACIONADOS

tem toda a relação com estas palavras de JESUS... Agradecido, Regina

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