Entre as nuvens e o mar paira orgulhoso o albatroz, mensageiro da tempestade... E ora são as asas tocando as ondas, ora é uma flecha rasgando as nuvens. Ele grita e as nuvens escutam a alegria no ousado grito do pássaro. Nesse grito, sede de tempestade, nesse grito, as nuvens escutam a fúria, a chama da paixão, a confiança na vitória. As gaivotas gemem diante da tempestade, gemem e lançam-se ao mar para lá no fundo esconder o pavor da tempestade. E os mergulhões também gemem... a eles, mergulhões é inacessível a delícia da luta pela vida: o barulho do trovão os amedronta... o tolo pingüim timidamente esconde, seu corpo obeso entre as rochas. Apenas o orgulhoso albatroz voa, ousado e livre sobre a espuma cinzenta do mar. Tonitroa o trovão, as ondas gemem na espuma da fúria e discutem com o vento! Eis que o vento abraça uma porção de ondas com força e lança-as com maldade selvagem nas rochas, espalhando-as como a poeira, respingando uma noite de esmeraldas. O albatroz paira a gritar como um raio negro, rompendo as nuvens como uma flecha, levantando espuma com suas asas. Ei-lo voando rápido como um mensageiro, orgulhoso e negro, mensageiro da tempestade. Ri das nuvens, soluça de alegria, ele, sensível mensageiro há muito vem escutando cansaço na fúria do trovão... Tem certeza de que as nuvens não escondem! Não, não escondem... Uiva o vento, ribomba o trovão sobre o abismo do mar. Um monte de nuvens pesadas brilham como centelhas. Esse corajoso albatroz paira altivo entre os raios e sobre o mar furiosamente urrando. Então grita o profeta da Vitória QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!
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