Ave Luz

Alegra-te cheia de graça!

Por A Catequista em 16/01/2012

(ACHEI ESTE ARTIGO EM WWW.FIMDOSTEMPOS.NET  E ACHO QUE TODOS NÓS DEVEMOS LER E MEDITAR SOBRE A NOSSA MATURIDADE ESPIRITUAL, POIS DEUS NÃO QUER CRISTÃOS TOLOS, BOBOS, FRACOS, MAS GUERREIROS NA FÉ. NÃO TENHAMOS MEDO DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS. OS SANTOS ERAM VALENTES! LEIAM E CONCLUAM. A PAZ PARA TODOS!)

Vez por outra, nossos leitores – muitos simpáticos e amistosos, outros nem tanto – questionam o nosso modo de escrever às vezes um tanto… rude, digamos assim.Já disseram que a nossa linguagem é chula, que não é certo sermos tão “violentos”, que deveríamos defender o Evangelho de forma “mais civilizada”, que cristão não pode ser grosseiro etc.

Sem dúvidas, a polidez e a afabilidade são muito importantes. Porém, sempre que for oportuno para a defesa da fé católica, é quase uma obrigação violar as normas de etiqueta.

A Igreja também precisa de fiéis insolentes, que ridicularizem os discursos e ações dos relativistas, dos blasfemos, dos hereges e dos sacrílegos. Sim, façamos troça dos inimigos da Igreja!

Por outro lado, é preciso evitar a grosseria gratuita e generalizada, o coice instintivo e sem propósito. Lembremo-nos do que disse São Paulo:

É com brandura que deve corrigir os adversários, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da verdade, e voltem a si, uma vez livres dos laços do demônio, que os mantém cativos e submetidos aos seus caprichos. (II Tim 2:25-26)

Entretanto, a Bíblia deve ser considerada em seu todo, e cada passagem dentro de seu contexto. Quem nos dera que os ataques que a Igreja sofre fossem de tal ordem que nos permitisse sempre defendê-la com serenidade e gentileza!

O mesmo S. Paulo, por exemplo, era humilde e cortês na maior parte das vezes; mas, como todo macho viril, que tem sangue na veia (e não suco de morango), ele sabia baixar o porrete quando necessário. Diante de um escândalo que abalava a comunidade de Corinto, não mediu as palavras declarou que um tal pecador tinha que penar na mão do capeta:

Ouve-se dizer constantemente que se comete, em vosso meio, a luxúria, e uma luxúria tão grave que não se costuma encontrar nem mesmo entre os pagãos: há entre vós quem vive com a mulher de seu pai!… (…)

Em nome do Senhor Jesus (…), seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus. (I Cor, 5:1-5)

Nessas palavras do Apóstolo dos gentios podemos perceber o amor e a caridade, o zelo para que o pecado de um não arraste os demais membros da comunidade cristã para o erro. Ele deseja que o pecador sofra para que se salve, e não para que seja condenado. Um bom pastor sabe que precisa lutar pelas almas com unhas e dentes… E com palavras duras, se assim for necessário.

Mas os cristãos sentimentais só verão nessa passagem “julgamento”, “excesso de severidade”, “intolerância” ou qualquer outra expressão digna de gente frouxa.

UM DEUS QUE XINGA

Não há Ser mais doce no Universo do que o nosso Deus, Sua ternura é incomparável. Porém, diante das incessantes infidelidades do povo, que insistia em prestar culto aos falsos deuses, o Senhor não poupou impropérios: comparou o povo a uma esposa que se prostituiu, pra se deitar com qualquer um atrás das moitas (Jer 2:20).

Pela boca de Jeremias, Ele xingou Israel de “camela leviana” – o que, traduzindo para linguagem corrente, podemos dizer que é o equivalente a “vaca vadia” ou “cachorra safada”. Mandou na lata que os idólatras eram similares a uma “jumenta selvagem” no cio (Jer 2:24).

Quem levantará a voz pra dizer que o Altíssimo tinha que pegar mais leve, que Ele foi muito indelicado?

UM SANTO DESBOCADO

“Mas Ele é Deus, Ele pode. Porém nós, seus servos, devemos ser sempre amáveis com nossos adversários”. Ah tá. Vai dizer isso pra São Thomas More

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Diante das imensas abobrinhas que Martinho Lutero havia dito sobre um tratado teológico escrito pelo Rei Henrique VIII, o santo já não via mais utilidade em rebater com argumentos. E escreveu a Lutero uma resposta com tantos palavrões que deixariam até a Dercy Golçalves de cabelo em pé:

“Enquanto continuardes decidido a dizer essas desavergonhadas mentiras, a outros será permitido que, em defesa de Sua Majestade Britânica, joguem de volta na vossa boca cheia de merda, verdadeiramente o depósito de toda merda, a sujeira e merda inteiras que vossa execrável podridão vomitou, e esvaziar todos os esgotos e privadas na vossa coroa despida da dignidade de coroa sacerdotal, em prejuízo da qual decidistes bancar o palhaço contra nada menos que a coroa real.” (1)

E não parou por aí! Em outra ocasião, S. Thomas More afirmou que Lutero era um “monge louco e cafajeste de mente imunda” (2).

Não é demais lembrar que estamos falando de um mártir. O cara era chanceler do rei da Inglaterra, tinha a vida feita, mas foi condenado à morte porque se recusou a apoiar o divórcio do monarca, permanecendo fiel até o fim à Santa Igreja.

E aí, alguém se candidata a passar um sabão na boca desse santo boca-suja?

CADA UM DÁ O QUE TEM

É natural que algumas pessoas não gostem do estilo “Chuck Norris” de evangelizar; ok, cada qual tem as suas preferências. Mas daí a dizer que Jesus só aprova os cristãos bonzinhos e de fala mansa… não há fundamento. Os profetas do Velho Testamento, o próprio Cristo, alguns Apóstolos e muitos santos foram ríspidos por inúmeras vezes.

Tudo tem seu tempo e lugar: em certas horas, é bem mais frutífero e sensato usar de mansidão; em outras, o melhor é arremessar sem dó as avaianas de pau!

Se você é católico e não tem o espírito combativo, beleza; na Idade Média ninguém era obrigado a ser Templário. Cada um serve a Jesus com o que é, cada um dá o que tem. Uns colocam a Seu serviço a inteligência, outros o dinheiro, outros o carisma, outros o espírito de sacrifício, outros o canto…

Nós de O Catequista, unidos aos católicos brutos de todo o mundo, colocamos aos pés do Cristo a nossa a rudeza e a nossa ironia. Toma, Senhor, esses toscos dons, purifica-os e faz deles o que bem lhe aprouver.

Somos quatro crianças zombeteiras e mal-educadas; sempre que pedires, estenderemos as mãos à Tua palmatória (pois é… Ele desdenha da lei da palmada). Mas, ó Bom Jesus, não nos tire a alegria de grudar chicletes no cabelo do capiroto!

Notas:

(1) Responsio ad Lutherum, em The Complete Works of St. Thomas More, ed. John M. Headley, vol. V, New Haven: Yale University Press, 1969, pp. 181 ss.

(2) Goldhill, Simon. Amor, sexo & tragédia: como gregos e romanos influenciam nossas vidas até hoje. Tradução Claudio Bardella. Rio de Janeiro, Jorge Zahar ed., 2007.

Leia também: Zombaria contra o mal, do blog Adversus Haereses.

FONTE: http://ocatequista.com.br/?p=3609

 

 

Xingando com os Santos

XINGAMENTOS PARA
CATÓLICOS COM TESTOSTERONA
*ATENÇÃO: Se você é ‘fresco’ e ‘sentimental’ nem leia este artigo.
“Vamos! Aprontemos-nos para combater os ímpios anomeus. Se eles se indignarem com a designação de ímpios, fujam da impiedade e eu retiro o nome; renunciem aos pensamentos incrédulos e eu desistirei do apelativo injurioso. Se, porém, eles pelas obras profanam a fé e não se escondem, cobertos de vergonha, debaixo da terra, por que se irritam contra nós, que condenamos com palavras o que eles manifestam com ações? “ (São João Crisóstomo, Da incomprensibilidade de Deus, Homilia 2. Ed. Paulus, p. 33)
“Aos hereges se há de chamar pelo seu nome, para que produza horror até nomear aos que o são e não se cubra o veneno mortal com o véu de um nome salutar.” (Cartas de Sto. Inácio de Loyola III, Edicoes Loyola, 1993, p. 102)

“Não se deveria tolerar-se vigários com fama de hereges” (Cartas de Sto. Inácio de Loyola III, Edicoes Loyola, 1993);

“É preferível que o rebanho fique sem pastor, do que ter por pastor a um lobo.” (Idem, p. 101)

Colocar as regras de polidez acima da integridade da fé é mesmo um sinal de que a própria fé está em crise. Muitos católicos ficam mais chocados com uma linguagem mais dura e menos ecumênica do que com a destruição da fé da Igreja, é a perda do senso das proporções. A síndrome do bom mocismo e da boiolice tomou conta da Igreja, encontra-se em toda parte. Traidores da Igreja são tratados com uma linguagem açucarada e bem polida. Tais víboras, inimigos obstinados da fé imutável, sejam membros da hierarquia ou não, recebem o mesmo tratamento que um sincero e fiel discípulo de Cristo. Acontece que xingar corretamente, na ocasião apropriada é bíblico. Veja que não estou defendendo o xingamento vulgar, corriqueiro, mas em ocasiões apropriadas, para dar nomes aos bois. Os Santos e os Padres da Igreja são mestres em xingar os traidores obstinados da fé.

O que me espanta atualmente é o ar de veneração, o temor reverencial para com inimigos declarados da fé católica que embora não tenham sido condenados oficialmente são hereges e destruidores da Igreja. Como é possível que grande parte do povo católico pode ter chegado à degradação suprema de fingir apreço a condutas heréticas que obviamente só merecem desprezo? É sinal de acabaram todas reservas de testosterona em nosso meio. Sinceramente, eu tenho até visto algumas mulheres na Igreja, muito mais viris e combativas que muitos homens. O sentimentalismo pueril e pusilanimidade formam um quadro de fraqueza moral nunca vista na história da Igreja.

Para se ter uma idéia da virilidade com que os santos e o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo se dirigiam às autoridades infiéis e aos hereges vejamos:

Nosso Senhor Jesus Cristo, apenas em Mateus 23 xinga 16 vezes os escribas e fariseus. Os nomes são “hipócritas” (7 vezes), “filhos do inferno” (1), “guias cegos” (duas), “tolos e cegos” (3 vezes), “sepulcros caiados” (1), “serpentes” (1) e “raça de víboras”. Ora, meus amigos, visto que Cristo era isento de pecado, podemos concluir que xingar como tal não é um pecado. Visto que tudo o que Cristo fez foi justo e virtuoso, podemos deduzir que xingar corretamente é uma virtude. Vejamos outros exemplos. São João, apóstolo do amor, chama determinadas pessoas de “mentirosos” e “anticristos”.

São Paulo, em 1 Timóteo 4.2 se refere aos “mentirosos hipócritas” e em 5.13 ele fala das “fofoqueiras e indiscretas”. O apóstolo ainda usa os xingamentos “Servidores de Satanás” (2Cor 11,13-15), “inimigos da cruz” (Fp 3.18), “Descabeçados” (Gl 3,1), “doidos” (2Cor 11,19) e “insensatos” (Rm 2,20 ).

Aqueles que são mais sensíveis e ficam chocados com os xingamentos, deveriam objetar à prática de Jesus, São Paulo e São João, e de muitos outros.

Os xingamentos perpassam toda a Sagrada escritura. Os termos “insensato”. (Gênesis 31,28), “imbecil”, “tolo” ( Provérbios 17,21) estão em toda parte. O profeta Ezequiel falava se referia aos “maquinadores de perversidades”, “os difusores de maus conselhos” (Ezequiel 11,2). Os Padres da Igreja usaram xingamentos sempre que necessário para demonstrar que as regras de polidez podem ser quebradas quando a integridade da fé é colocada em jogo. Inácio de Antioquia usa “lobos” (Filadelfienses 2), “feras em forma humana” (Esmirniotas, 4), “defensores da morte” (Ermirniotas 5). São Policarpo de Esmirna, em Filipenses 7 usa “Primogênito de satanás”.

São Jerônimo tinha todo um bestiário: “asnos bípedes”, “cães furiosos”, “cachorros de Cila”, “insetos”, “porcos”, “escorpiões”, “ave de mau agouro”, “animal mudo, mas venenoso”, “cobra”, “cão que volta ao seu próprio vômito”, “víbora”. (Cf. SPANNEUT, Michel. Os Padres da Igreja 2, Ed. Loyola, p.189)

São Gregório de Nazianzo, no Concílio de Constantinopla se dirigiu certos bispos traidores: “estrategistas de uma tal falange”, “cães, digo, pastores”, “escória do gênero humano”, “porcos”, “despudorados”, “arrogantes”, “alcoolizados”, “vagabundos”, “bufões”, “efeminados”, “falsos”, “insolentes”, “prontos ao perjúrio”, “sanguessugas do povo”, “invejosos”, “espertalhões”, “pérfidos”, “aduladores desavergonhados dos poderosos”, “leões ferozes com os humildes”, ”personagens equívocos”, “oportunistas sem escrúpulos”. (Citado por PADRE PAULO RICARDO, Introdução a Teologia das Fontes, aula 1, livreto que acompanha o DVD)

São João Crisóstomo usava: ‘Vai-te Satanás’. O boca de ouro dizia que “não vai contra a natureza da paciência atacarmos, quando necessário, quem faz o mal; porque, sofrermos com paciência as injúrias que nos atingem, é digno de louvor; mas, é excesso de impiedade tolerar pacientemente as injúrias feitas contra Deus”. (citado por São Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2a. 2ae., q. 136, a. 4, ad. 3).

São Nicolau: ‘São Nicolau, cheio de zelo pelo Senhor, atacou o herege Ário com palavras, inclusive batendo-lhe no rosto.’

http://www.ortodoxia.org.br/sinaxe/s_nicolau.html

São Bernardo usava “Hipócritas” (Cf. RICHE, Pierre. Vida de São Bernardo, ed. Loyola)

São Bernardino se referia aos “Filhos do diabo” (Paulo de S. Theresa, Flagello do peccado: tomo II, dos damnos que causa esta fera cruel, editora na Officina de Antonio Pedrozo Galram, 1736)

Santa Catarina de Sena chamava maus sacerdotes de “demônios encarnados”. (Diálogo, ed. Paulus, p. 256)

Santo Antônio usava vários xingamentos contra bispos e padres infiéis e hereges: “Prepotentes”, “ladrões”, “falsos profetas”, “hipócritas”, “padres avarentos”, “luxuriosos”, “bispos indignos”, “presos de todos os vícios”, “prelados infiéis”, “mercenários”. ‘É a você que falo agora, mitrado”, assim Santo Antônio começou a incriminar a má conduta de um arcebispo. (Cf. SOUZA, José António de Camargo R de. O pensamento social de Santo António, EDIPUCRS)

São Thomas More disse do monge herege Lutero: “Lutero não tem nada em sua boca, exceto latrinas, sujeira e bosta. Monge louco, cafajeste, de mente imunda, com seus delírios e desvarios, com sua sujeira e bosta, cagando e sendo cagado”. (Cf. GODHILL, Simon. Amor, Sexo e Tragédia, ed. Jorge Zahar, p.138)

Santa Teresa de Lisieux usava “Covardes”. (OBRAS COMPLETAS, ed. Loyola, p. 1080, 1082)

Por fim, alguns podem citar o texto Mateus (5.22): “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno”.

Ora, o texto não proíbe o xingamento correto. Não é o xingamento em si mesmo que é proibido, mas o xingamento incorreto. Jesus, João e Paulo usaram nomes adequados e alcançaram um propósito específico: dizer a verdade.

O xingamento, feito de modo correto, não somente não é um pecado, pode ser uma virtude. É identificar uma pessoa pelo que ela é, e isso não pode ser feito exceto fazendo-se isso.

Dedico os xingamentos a seguir ao Padre Fábio de Melo, aos protestantizadores da Igreja no Brasil, e também ao pessoal da Teologia da Libertação, especialmente a Dom Pedro Casaldáliga, ao Cardeal Arns, Dom Tomás Balduíno e todos àqueles da CNBB que estejam comprometidos com a destruição da Igreja no Brasil.

Vocês são “hipócritas”, “filhos do inferno”, “guias cegos”, “tolos e cegos”, “sepulcros caiados”, “serpentes”, “raça de víboras”, “mentirosos hipócritas”, “servidores de Satanás”, “inimigos da cruz”, “descabeçados”, “insensatos”, “doidos”, “feras em forma humana”, “primogênitos de satanás”, “asnos bípedes”, “cães furiosos”, “insetos”, “porcos”, “escorpiões”, “aves de mau agouro”, “cobras”, “cães, digo, pastores”, “escória do gênero humano”, “porcos”, “despudorados”, “arrogantes”, “alcoolizados”, “vagabundos”, “bufões”, “efeminados”, “falsos”, “insolentes”, “prontos ao perjúrio”, “sanguessugas do povo”, “invejosos”, “espertalhões”, “pérfidos”, “aduladores desavergonhados dos poderosos”, “leões ferozes com os humildes”, ”personagens equívocos”, “oportunistas sem escrúpulos”, “Filhos do diabo”, “demônios encarnados”, “prepotentes”, “ladrões”, “falsos profetas”, “padres avarentos”, “luxuriosos”, “bispos indignos”, “presos de todos os vícios”, “prelados infiéis”, “mercenários”.

* Ficou chocado leitor? Se ficou, você é a prova do que estou dizendo. Virou uma “mocinha”.

FONTE: http://advhaereses.blogspot.com.br/2010/09/xingando-com-os-santos.html

ESCRITO POR OLAVO DE CARVALHO | 21 JULHO 2011

Prezado Sr. Sidney Silveira,

Com referência ao Concurso “Santo Palavrão” (http://contraimpugnantes.blogspot.com/2011/07/concurso-santo-palavr...), reivindico a entrega imediata do prêmio prometido.

S. Thomas More, na sua célebre “Responsio ad Lutherum”, que contesta as objeções do monge alemão a um tratado teológico de autoria do rei Henrique VIII, usa contra Lutero os mais chocantes palavrões disponíveis na época, e ainda os repete e floreia com variações que sublinham o seu propósito declaradamente ofensivo.

Mais significativa ainda é a razão com ele justifica o emprego da linguagem obscena, dizendo que o que havia de mais abominável no escrito de Lutero não era tanto o teor de seus erros teológicos quanto o fato de que, para sustentá-los, o monge de Wittenberg falsificava o sentido das palavras do Rei, exatamente como o senhor mesmo, Sidney Silveira, fez com um texto meu dias atrás. Responder com puras contestações eruditas a semelhante baixeza, dizia o santo, seria conceder-lhe uma honra imerecida, motivo pelo qual ele preferia se dirigir a Lutero nos seguintes termos:

“As long as your reverend paternity will be determined to tell these shameless lies, others will be permitted, on behalf of his English majesty, to throw back into your paternity’s shitty mouth, truly the shit-pool of all shit, all the muck and shit which your damnable rottenness has vomited up, and to empty out all the sewers and privies onto your crown divested of the dignity of the priestly crown, against which no less than against the kingly crown you have determined to play the buffoon.”Tradução: “Enquanto continuardes decidido a dizer essas desavergonhadas mentiras, a outros será permitido que, em defesa de Sua Majestade Britânica, joguem de volta na vossa boca cheia de merda, verdadeiramente o depósito de toda merda, a sujeira e merda inteiras que vossa execrável podridão vomitou, e esvaziar todos os esgotos e privadas na vossa coroa despida da dignidade de coroa sacerdotal, em prejuízo da qual decidistes bancar o palhaço contra nada menos que a coroa real.”

More pergunta ainda: “Will we not have the posterior right to proclaim the beshitted toungue of this practitioner of posterioristics most fit to lick with his anterior the very posterior of a pissing she-mule until he shall have learned more correctly to infer posterior conclusions from prior premises?“.

“Não teremos nós o direito posterior de proclamar que a língua cheia de merda desse praticante da posteriorística é mais apta a lamber com sua parte anterior o posterior de uma mula mijante, até que tenha aprendido a inferir mais corretamente conclusões posteriores de premissas anteriores?”

Os trechos citados encontram-se na Responsio ad Lutherum, em The Complete Works of St. Thomas More, ed. John M. Headley, vol. V, New Haven: Yale University Press, 1969, pp. 181 ss.

É verdade, sr. Silveira, que não sou o Rei da Inglaterra nem autor de um tratado teológico, mas isso não lhe dá o direito de falsificar minhas palavras nem de fazer-se de santa alma escandalizada só porque me dirigi ao senhor em termos que não chegam a ter metade da virulência da linguagem usada por S. Thomas More, mártir da Igreja beatificado pelo Papa Leão XIII em 1886 e canonizado por Pio XI em 1935.
Atenciosamente,

Olavo de Carvalho

P.S. – O prêmio é meu, mas não quero nenhum livro da sua editora. Venda um exemplar de cada um e dê o dinheiro ao primeiro pobre que encontrar na rua, dizendo que é penitência por ter difamado um inocente.

FONTE: http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/12262-concurso-santo...

Concurso “Santo palavrão”

Mande-nos qualquer texto com uma só obscenidade escrita por um Santo, e ganhe todos os livros da editora Sétimo Selo — assim como os “DVDs” da coleção A Síntese Tomista

Sidney Silveira

[Como há algo verdadeiramente cômico — embora com aspectos um tanto trágicos — na história que suscitou a presente série de textos, resolvi criar um bem-humorado concurso, que, não obstante, é à vera, ou seja: vale de fato se alguém o conseguir vencer]

Cristo disse, entre outras, as seguintes palavras ou expressões: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno?” (Mt. XVIII, 33). Noutras passagens do Evangelho, apenas para dar alguns exemplos, vemos Nosso Senhor usar palavras como “porcos”, “cães” “hipócritas”, “malditos”, “impuros” e outras similares. Com isto, o Messias mostra o seguinte: contra a malícia, não há senão que usar de uma linguagem dura e direta. Mas nunca, jamais, em tempo algum, usou Ele de qualquer obscenidade em seu vocabulário — nem mesmo contra os que O mataram, a quem perdoou na Cruz. Também os Santos, muitas vezes, usaram de linguagem duríssima contra os adversários, com expressões típicas do vulgo, como por exemplo Santo Antônio de Lisboa, contra os cátaros; São Bernardo, contra Abelardo; São João Crisóstomo (o boca de ouro), contra o judaísmo; São Jerônimo, que chamava por nome de animais não só os seus inimigos, mas às vezes até os amigos, como o grande Santo Agostinho, a quem disse certa vez: “Cala a boca, seu burro!”; etc.

Retenhamos, pois, isto: uma coisa é usar de linguagem dura, ou mesmo duríssima e em tom zombeteiro, contra gente maldosa com quem não dá para entabular diálogo; outra, totalmente distinta, é usar de linguagem obscena, recorrendo a imagens sexuais ofensivas, algumas chegando a detalhes grotescos, ironias de baixo calão, alusões injuriosas à vida privada do oponente, metáforas com ofensas imorais à honra dele ou à de sua família, e outras coisas mais. Em suma, é quando a obscenidade e a maledicência dão-se um amplexo cheirando a enxofre e procuram denegrir a pessoa do próximo. Bem diz a Sagrada Escritura desse tipo de linguagem: Não terá duração na Terra a má língua (Sl. 139, 120); Aquele que profere uma linguagem iníqua não pode fugir de Deus; Sua justiça vingadora não o deixará escapar(Sab. I, 8).

Pois bem, feita esta distinção, digamos, conceitual entre a santa dureza e a maldade espiritual — deveras importante, porque muitas vezes a virtude e o vício são muito parecidos — frisemos agora: dizer que a linguagem de qualquer Santo contra os inimigos foi de palavrões (no sentido de jargões obscenos) pode acontecer em dois únicos casos: ou por ignorância, ou por malícia. Para quem conhece bem a história da Igreja e a dos Santos, qualquer terceira hipótese está absolutamente excluída, por evidência cabal — e o evidente, como os principiantes no estudo da lógica sabem perfeitamente bem, não se demonstra; mostra-se.

Demos, a título de procedimento dialético, que alguém, ao buscar o respaldo dos Santos para justificar um palavreado chulamente detratório, aja sem maldade alguma — ou seja, que a sua ação seja movida por “boas intenções” mescladas a uma candente ignorância na matéria. Também demos, ainda como procedimento dialético, que não haja nenhuma má-fé de sua parte, ao fazer insinuações e acusações infames. E, como corolário das premissas anteriores, demos ainda que a malícia é algo que passa longe dessa alma, com a graça do bom Deus. Por fim, arguamos em favor deste arquetípico opositor o seguinte: de acordo com os princípios da Teologia Moral, os pecados por malícia são sempre culpáveis, mas os praticados por ignorância (pressuposição da qual partimos, no caso) são perdoáveis. Isto posto, o enfezado oponente teria uma única e dolorosa culpa ao dizer que os Santos usaram de “palavrões” similares aos dele: uma ignorância, mais ou menos vencível.

Tragamos agora duas definições, extraídas ipsis verbis do Dicionário Aurélio:

  • “Obsceno: Que fere o pudor. Impuro, desonesto. Diz-se de quem profere ou escreve obscenidades”.
  • Obscenidade: Qualidade de obsceno. Palavra, gesto, ato ou imagem obscenos”.

Pois bem, dadas estas duas definições, a Sétimo Selo, da qual sou um hoje um mero representante no que tange à linha editorial, estatui o seguinte e breve regulamento do Concurso “Santo Palavrão”:

Parágrafo 1: O primeiro leitor do Contra Impugnantes que nos enviar um só texto em que haja uma obscenidade escrita (ou dita) por algum Santo contra seus inimigos, receberá de presente um exemplar de cada livro já editado pela Sétimo Selo, assim como um exemplar de cada DVD da coleção A Síntese Tomista até agora lançado. Pago com muito gosto do meu bolso!

Parágrafo 2: Para tanto, o leitor deverá enviar-nos a referência bibliográfica da obra em questão, dando-nos o direito de exigir, caso julguemos o índice catalográfico insatisfatório, que nos mande pelo Correio o exemplar físico do livro onde está o presumível dito obsceno do Santo. Comprometo-me, de público, a restituir o exemplar, juntamente com o prêmio, caso se comprove, de fato, a santa obscenidade.

Os produtos são os seguintes:

  • “A Natureza do Bem” (De Natura Boni contra Maniqueus), de Santo Agostinho, edição bilíngüe (latim / português);
  • “Sobre o Mal” (De Malo), Tomo I, de Santo Tomás, edição bilíngüe (latim / português);
  • “A Inocência do Padre Brown”, de Chesterton;
  • “A Política em Aristóteles e Santo Tomás de Aquino”, do filósofo argentino Jorge Martínez Barrera;
  • “Sobre os Anjos” (Tratactus De Substantiis Separatis), de Santo Tomás, edição bilíngüe (latim / português);
  • “Atualidade do Tomismo”, coletânea de artigos;
  • “Raimundo Lúlio e As Cruzadas”, três obras do escritor catalão, numa edição trilíngüe (latim/catalão medieval/português);
  • “A Candeia Debaixo do Alqueire”, do Pe. Álvaro Calderón, da FSSPX;
  • O Êxtase da Intimidade, do filósofo espanhol Juan Cruz Cruz;
  • DVD da coleção A Síntese Tomista – Tomo I. Aspectos da Gnosiologia e da Metafísica de Santo Tomás de Aquino, com este miserável escriba;
  • DVD da coleção A Síntese Tomista – Tomo II. O Tempo e a Eternidade em Santo Tomás de Aquino, com o Nougué;
  • DVD Bach e a Harmonia das Esferas, com o Nougué.

Parágrafo 3: A citação com as informações indicadas no item 2 devem ser enviadas para o email concursosetimoselo@gmail.com.

PARÁGRAFO 4: Obviamente, não valem as obscenidades ditasantes da conversão, ou o caso de mártires que só se santificaram exatamente com a sua morte.

PARÁGRAFO 5: A promoção é válida até o final de agosto.

APÊNDICE

Um gnosiólogo em ato.

Pois bem, feita esta brincadeira editorial — que não deixará de serpedagógica —, transcrevo a seguir a fala do Prof. Olavo de Carvalho no seu talk show da noite desta quarta-feira (20/07), em que, num tom de surpreendente urbanidade, embora sem deixar de lado certa sarcástica maledicêndia (que, em vista dos espetáculos anteriores de zanga e feérico impetus detrationis, considero uma verdadeira maravilha) faz referência a esta aula minha, em que cito Husserl. Bem, como rir não é pecado, confesso que cheguei a chorar de tanto rir. O homem, quando quer, é um humorista de primeira! [trata-se aqui de um sincero elogio!]

Abaixo, eis o trecho da fala do Prof. Olavo. Perdoem-me se houver algum erro de digitação, mas não sou taquígrafo e fui simplesmente transcrevendo-a conforme ouvia, e preciso dormir daqui a pouco.

Os itálicos — a ser comentados depois — são meus:

Ao contestar que possamos conhecer a essência de um objeto por intuição, ele [ou seja, euproclama que nada sabemos ao certo antes que o intelecto intervenha e classifica o que foi apreendido pelos sentidos. Com isso, ele dá um sentido de seqüência temporal ao que é com toda a evidência a hierarquia lógica e interna de um ato de cognição instantânea. É obvio que os sentidos não nos dão por si a essência de nada; apreender a essência é tarefa do intelecto, mas isto não quer dizer que entre a captação pelos sentidos e a entrada do intelecto em cena, decorra um intervalo de tempo, muito menos uma separação material, e não apenas formal, entre ver um gato e perceber que é um gato. O ato e reconhecimento instantâneo pelo qual o intelecto apreende um gato naquilo que os sentidos lhe apresentam como gato, é precisamente o que se denomina intuição. Então do que ele está falando? Prova suplementar da sua fulgurante inépcia, ele nos dá em seguida, ao fornecer como exemplo da impossibilidade de apreensão intuitiva de essências, o fato de que, se alguém, em segredo, depositasse um veneno no seu copo, ele não teria a apreensão intuitiva do copo envenenado. Raramente vi um professor de filosofia mesmo de ginásio descer tão baixo. De um lado, ninguém pode ter a intuição de algo que não chegou ao seu conhecimento nem pelos sentidos, nem por qualquer outra via de informação. Se o Sr. Silveira não tem a intuição do que se passou, não é por deficiência da faculdade intuitiva, mas por ausência do objeto. Qualquer criança de 5 anos entende isto num relance, mas na platéia do Sr. Silveira não havia aparentemente ninguém com a experiência e a erudição de uma criança de 5 anos, e por isso ninguém o contestou. Todos continuaram ouvindo a patacoada em respeitoso silêncio (…). Em segundo lugar, conter ou não conter veneno não faz parte da essência de nenhum copo; é um acidente. O cara não sabe distinguir uma essência dum acidente, meu Deus do céu. A intuição reconhece imediatamente um copo como copo, mas não distingue necessariamente a substância que o preenche, aliás pelo simples fato de que diferentes líquidos não se distinguem tão claramente uns dos outros pela sua simples forma visível, como objetos sólidos e espécies diversas, diferentes nesses e semelhantes naquele. Todo líquido tem a forma visível de líquido, não é? Não é como você distinguir um gato duma tartaruga, duma mesa, duma casa, tá certo? A objeção do Sr. Silveira à eficácia da faculdade intuitiva consiste apenas em alegar que ela não percebe no mesmo instante todos os acidentes, o que é o mesmo que não dizer absolutamente nada. Em terceiro lugar, um veneno depositado num copo com fins homicidas é por definição uma substância sem aparência distintiva que permita identificá-lo como tal. (…) O Sr. Silveira acredita que não tem intuição das essências porque não enxerga o invisível. Com toda a evidência o que lhe falta não é a apreensão intuitiva das essências, mas aquele mínimo de capacidade raciocinante que ele precisa ter para ser um mecânico de automóveis ou um caixa de banco, motivo pelo qual ele resolver escolher a profissão de porta-voz do magistério infalível. Por que desejaria eu conferir o estatuto de adversário filosófico meu a um sujeito tão obviamente despreparado e burro? Se à burrice e ao despreparo ele soma ainda a língua dupla e o hábito das insinuações veladas, pretendendo subir na vida na base da difamação e da intriga, que outro confronto posso ter eu com ele senão o de ordem jurídico-policial? (…) Nada mais sábio do que fugir ao vexame colossal de apanhar de um velho!”.

Ora, “o estilo é o homem”, dizia Buffon. Pois bem, assim que eu tiver um tempinho (se possível amanhã), vale passar um pequeno bisturi dialético no que vai acima.

Outra coisa engraçada no talk show desta noite: o Prof. Olavo usar daquilo que os medievais chamavam de argumento de autoridade (ou seria “otoridade”?) para dizer que o Nougué fugiu ao debate. “Eu publiquei tantas obras, e o Nougué não publicou nada, portanto, etc.”.

Muito boa! Isto me deu uma idéia de escrever no Contra Impugnantes, um pouco mais à frente, algo sobre o que seja o “argumento de autoridade”, e qual o seu real valor filosófico… Deixo por ora apenas uma frase de Sto. Tomás de Aquino, que tomo como parâmetro para os meus estudos:

“Não importa quem diz, mas a validade do que se diz”.

E depois chega, porque todos temos mais o que fazer!

FONTE: http://contraimpugnantes.blogspot.com.br/2011/07/concurso-santo-pal...

www.fimdostempos.net

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