Ave Luz

Alegra-te cheia de graça!

Comentário do dia:

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
Orações meditativas, nº 8,6; SC 324

«Põe-na alegremente aos ombros»

Por causa das minhas mãos, Senhor, que fizeram o que não deviam, as tuas
mãos foram trespassadas por cravos e os teus pés pelos meus pés. Pelo
desregrar da minha vista, os teus olhos adormeceram na morte, e os teus
ouvidos pelo meu ouvido. A lança do soldado abriu o teu lado (Jo 19,34)
para que, pela tua chaga, escorram todas as impurezas do meu coração há
tanto tempo inflamado e corroído pela doença. Finalmente, Tu morreste
para que eu viva; foste enterrado para eu poder ressuscitar. Tal é o beijo
da tua doçura, dado à tua esposa; tal é o abraço do teu amor. [...] A
esse beijo, recebeu-o o ladrão na cruz, depois da sua confissão (Lc
23,42); recebeu-o Pedro quando o seu Senhor olhou para ele enquanto ele o
negava, e saiu a chorar (Lc 22,61-62). Muitos dos que Te crucificaram,
convertidos a Ti depois da tua Paixão, fizeram aliança contigo (Act 2,41)
nesse beijo [...]; quando beijaste os publicanos e os pecadores,
tornaste-Te seu amigo e conviveste com eles (Mt 9,10). [...]


Senhor para onde levas Tu os que beijas e abraças, senão para o teu
próprio coração? O teu coração, Jesus, é esse doce manancial da Tua
divindade que está no teu íntimo, o vaso de ouro da alma, que ultrapassa
todo o conhecimento (He 9,4). Bem-aventurados todos aqueles a quem o teu
abraço atrai! Bem-aventurados aqueles que, fugindo para as profundezas,
foram escondidos por Ti no segredo do teu coração, aqueles que levas aos
ombros, ao abrigo dos males desta vida (Sl 31,21). Bem-aventurados aqueles
que não têm outra esperança se não o calor e a protecção das tuas
asas (Sl 90,4).


A força dos teus ombros protege aqueles que escondes no fundo do teu
coração (Lc 13,34), onde podem dormir tranquilamente. Uma doce espera os
aguarda nesse abrigo de uma consciência santa, e da expectativa da
recompensa que prometeste. A sua fraqueza não os faz desfalecer, nem
nenhuma inquietude os faz murmurar (Sl 68,13). 

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