O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Este ano, começa no domingo 01 de dezembro, e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal.
A Igreja celebra o Tempo do Advento, marcando o começo de um novo Ano Litúrgico. Liturgia significa “serviço”, portanto iniciamos um novo ano de serviço a Deus!
O Advento é um tempo especial em que somos convidados a uma atitude de vigilância e expectativa, preparando-nos para a celebração do nascimento de Jesus Cristo. As leituras deste tempo nos convidam à vigilância, à oração, à conversão, à abertura para ouvir e acolher a palavra de Deus como fez Maria. São textos proféticos que nos incitam à mudança de vida, à espera do Salvador que vem, vivendo hoje o mesmo espírito de preparação do povo do Antigo Testamento.
É um tempo propício de penitência, mas também de alegria e esperança na vivência do mistério da encarnação de Deus que veio para nos salvar. Ele se fez homem no seio da Virgem Maria e assumiu plenamente nossa humanidade, igual a nós em tudo, exceto no pecado, como nos lembra o apóstolo Paulo.
O Advento é tempo de espera desse grande evento da história humana: a visita do nosso Deus e Pai pelo nascimento de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a grande graça de Deus para nós. A percepção desta graça leva a nós cristãos a festejar. Esta festa é tão alegre, grande e contagiante que dela participam até aqueles que não o conhecem ou se tornaram indiferentes a Ele.
Deixando de lado formas pagãs de festejar, que por vezes afetam até nós cristãos, o Advento e a celebração do Natal são grandes momentos de retomada da nossa adesão a Jesus Cristo. Essa retomada consiste na vontade nossa de nos deixar evangelizar por Jesus Cristo e engajar-nos em nome dele na evangelização dos que se afastaram dele, ou se tornaram indiferentes, ou ainda o desconhecem.
O Advento nos prepara para o Natal, a celebração do mistério de Deus que se faz criança e assume nossa humanidade. Natal é a abertura do homem para um horizonte maior, horizonte que lhe dá a possibilidade de ter e realizar um sentido de vida que o conduza e o satisfaça, fazendo com seja verdadeiramente ele mesmo, portanto salvo. Pois no Natal celebramos o inaudito: Deus se fez (e liturgicamente sempre se faz) homem. Natal é o anúncio da benignidade de Deus, da surpreendente comunhão entre o divino e o humano, uma comunhão que é “salus”, isto é, saúde radical, salvação.
Natal é salvação não no sentido de que o homem, para ter abertura, comunhão e participação com o divino, deve se tornar menos homem, mas que deve se tornar tão homem quanto Jesus Cristo o foi. É grande esse mistério de bondade.
A compreensão e a recepção desse mistério na vida nossa pessoal, eclesial, comunitária e social não é fácil, e não é fácil fazer com que ela se torne “história”. Ela implica transformação. E a transformação do ser humano é sempre processo lento, que exige constância, empenho e vigilância, numa saudável repetição de reflexões e exercícios religiosos.
Durante o Advento, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Evangelização. Ela é a possibilidade que nos é dada de nos tornarmos solidários com todo o processo de evangelização, colocando à disposição do Evangelho pequena parcela de nossos recursos como sinal de gratidão por termos sido nós próprios alcançados pelo santo Evangelho.
O tempo litúrgico do Advento é destinado ao cultivo desse empenho e dessa vigilância, passando pela boa percepção da insuficiência, fragilidade e maldade da “condição humana”. Quanto mais fizermos ecoar em nós essa experiência, com maior alegria estaremos celebrando o Natal, pois perceberemos pela experiência que, em Jesus Cristo, o divino faz de fato levedar o humano e lhe dá transformação e sentido pleno.
Vivendo o Advento, portanto, já estamos celebrando o Natal. E celebrando o Natal, estaremos de fato vivendo o feliz Advento do Senhor.
Dom Fernando Mason é Bispo Diocesano de Piracicaba
Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de novembro e termina antes das vésperas do Natal. Os domingos deste tempo se chamam 1º, 2º, 3º, e 4º do Advento. Os dias 16 a 24 de dezembro (Novena de Natal) tendem a preparar mais especificamente as festas do Natal.
O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Este ano, começa no domingo 01 de dezembro, e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal. Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos.
No segundo período, que abarca desde 17 até 24 de dezembro, inclusive, se orienta mais diretamente à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o nascimento de Jesus. Com a intenção de fazer sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. Desta forma, na Missa já não rezamos o Glória. Se reduz a música com instrumentos, os enfeites festivos, as vestes são de cor roxa, o decorado da Igreja é mais sóbrio, etc. Todas estas coisas são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura nosso peregrinar, nos falta alo para que nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, haverá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.
Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo vamos nos preparando para a vinda do Senhor. A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos. A liturgia nos convida a estar em vela, mantendo uma especial atitude de conversão. A segunda semana nos convida, por meio do Batista a “preparar os caminhos do Senhor”; isso é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. A terceira semana preanuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor. Finalmente, a quarta semana nos fala do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é figura central, e sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.
Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a Reconciliação de Deus e, a vinda do Messías. Nos três primeiros domingos se recolhem as grandes esperanças de Israel e no quarto, as promessas mais diretas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo sua vinda e sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera da vinda do Senhor.
A cor dos parâmentos do altar e as vestes do sacerdote é o roxo, igual à da Quaresma, que simboliza austeridade e penitencia. São quatro os temas que se apresentam durante o Advento:
I Domingo
A vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas e a prédica são um convite com as palavras do Evangelho: “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”. É importante que, como uma família, tenhamos um propósito que nos permita avançar no caminho ao Natal; por exemplo, revisando nossas relações familiares. Como resultado deveremos buscar o perdão de quem ofendemos e dá-lo a quem nos tem ofendido para começar o Advento vivendo em um ambiente de harmonia e amor familiar. Desde então, isto deverá ser extensivo também aos demais grupos de pessoas com as quais nos relacionamos diariamente, como o colégio, o trabalho, os vizinhos, etc. Esta semana, em família da mesma forma que em cada comunidade paroquial, acenderemos a primeira vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como sinal de vigilância e desejo de conversão.
II Domingo
A conversão, nota predominante da predica de João Batista. Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado. Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.
Durante esta semana poderíamos buscar nas diferentes igrejas mais próximas, os horários de confissões disponíveis, para quando cheguar o Natal, estejamos bem preparados interiormente, unindo-nos a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.
III Domingo
O testemunho, que Maria, a Mãe do Senhor, vive, servindo e ajudando ao próximo. Na sexta-feira anterior a esse Domingo é a Festa da Virgem de Guadalupe, e precisamente a liturgia do Advento nos convida a recordar a figura de Maria, que se prepara para ser a Mãe de Jesus e que além disso está disposta a ajudar e a servir a todos os que necessitam. O evangelho nos relata a visita da Virgem à sua prima Isabel e nos convida a repetir como ela: “quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha a visitar-me?
Sabemos que Maria está sempre acompanhando os seus filhos na Igreja, pelo que nos dispomos a viver esta terceira semana do Advento, meditando sobre o papel que a Virgem Maria desempenhou. Propomos que fomentar a devoção à Maria, rezando o Terço em família. Acendemos como sinal de esperança gozosa a terceira vela, de cor rosa, da Coroa do Advento.
IV Domingo
O anúncio do nascimento de Jesus feito a José e a Maria. As leituras bíblicas e a prédica, dirigem seu olhar à disposição da Virgem Maria, diante do anúncio do nascimento do Filho dela e nos convidam a “aprender de Maria e aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”. Como já está tão próximo o Natal, nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos; agora nos resta somente esperar a grande festa. Como família devemos viver a harmonia, a fraternidade e a alegria que esta próxima celebração representa. Todos os preparativos para a festa deverão viver-se neste ambiente, com o firme propósito de aceitar a Jesus nos corações, as famílias e as comunidades. Acenderemos a quarta vela da Coroa do Advento, de cor roxa.
COMO FAZER A COROA DO ADVENTO?
ACENDA - EM FAMÍLIA-A CADA SEMANA A VELA DA COROA DO ADVENTO
1º Domingo do Advento - Acende-se a PRIMEIRA VELA
Com. A luz nascente nos conclama a refletir e aprofundar a proximidade do Natal, onde Cristo, Salvador e Luz do mundo brilhará para a humanidade. Lembra ainda o perdão concedido a Adão e Eva. A cor roxa nos recorda nossa atitude de vigilância diante da abertura e espera do Senhor que virá.
Oração:
Pe. Deus da Esperança no tempo da espera. Deus da Coragem nas dificuldades. Deus da Serenidade no meio do medo. Deus da Paz no mundo em guerra. Deus da Luz no coração da noite: Vem e acende em nós a esperança, a coragem, a serenidade, a paz e a luz com a tua graça. Amém. (Acender a vela)
2º Domingo do Advento - Acende-se a SEGUNDA VELA
Com. A segunda vela acesa nos convida ao desejo de conversão, arrependimento dos nossos pecados e também o compromisso de prepararmos, assim como São João Batista, o caminho do Senhor que virá. Esta vela lembra ainda a fé dos patriarcas e de São João Batista, que anuncia a salvação para todos os povos.
Oração:
Pe. Ramo do tronco de Jessé, enxerta-nos no teu espírito. Senhor da Justiça e da paz, tem compaixão dos fracos e dos pobres, e defende a vida dos oprimidos. Deus da paciência e da consolação, dá-nos esperança e ensina-nos a acolher os outros e a perdoar. (Acender a vela). Deus dos profetas e do batismo, batiza-nos no Espírito Santo e no fogo, e conduz-nos pelo caminho reto da conversão e das boas obras.
3º Domingo do Advento - Acende-se a TERCEIRA VELA (Rosa)
Com. A terceira vela acesa nos convida à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus. A cor litúrgica de hoje, o rosa, indica justamente o Domingo da Alegria, ou o Domingo Gaudette, onde transborda nosso coração de alegria pela proximidade da chegada do Senhor. Esta vela lembra ainda a alegria celebrada pelo rei Davi e sua promessa que, agora, está se cumprindo em Maria.
Oração:
Pe. Deus do amor e da vida, da liberdade e da festa: Fortalece as mãos cansadas e os nossos passos vacilantes, encoraja todos os corações que estão perturbados e cessem a dor e os gemidos.Vem salvar-nos, Senhor! (Acender a vela)
Derrama sobre nós o teu Espírito para anunciarmos a boa nova aos pobres e prepararmos a tua vinda abrindo caminhos novos de paz e de alegria nos desertos do mundo.Vem salvar-nos, Senhor!
4º Domingo do Advento - Acende-se a QUARTA VELA
Com. A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o Salvador, nossa expectativa da chegada definitiva da Luz ao mundo. Simboliza ainda nossa fé em Jesus Cristo, que ilumina todo homem que vêm a este mundo e também os ensinamentos dos profetas, que anunciaram a chegada do Salvador.
Oração:
Pe. A Virgem vai conceber e dar à luz um Filho, que será chamado Emanuel, Deus Connosco. O Senhor virá salvar o seu povo! (Acender a vela)
Jesus Cristo, descendente de Davi, constituído Filho de Deus pelo Espírito que santifica e pela tua ressurreição: Tu és o nosso Senhor! Tu dás a todos a graça e a paz. Vem, Senhor, salvar o teu povo!
Padre Antônio Carlos de Oliveira,
Vigário da Paróquia de Nepomuceno, MG
links visitados:
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/advento/24.htm
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alguns modelos aqui de Coroa:
http://artesanato.blog.br/23-ideias-de-coroas-do-advento-para-voce-...
Que informação importante! Devemos passar essa informação para nossos amigos.
Já fazia a coroa do Adevento e agora terei sentimento durante os domingos.
Sandra Amarante
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