Há Quanto Tempo Ocorre o Milagre?
O primeiro registro conhecido sobre o Fogo Sagrado é datado do século IV, mas autores escreveram que esses acontecimentos se deram já no século I. São João Damasceno e São Gregório de Nissa narram o modo como o Apóstolo Pedro viu o Fogo Sagrado no Santo Sepulcro de Cristo depois da ressurreição. "Podemos traçar o milagre através dos séculos em muitos relatos da Terra Santa." O abade russo Daniel, em seu relato, escrito entre os anos 1.106-1.107, apresenta o "Milagre da Santa Luz", e explica detalhadamente a cerimônia em que o mesmo ocorre. Ele recorda a forma como o Patriarca vai para a capela-Sepulcro (Anastasis –“Ressurreição”), com velas nas mãos. O Patriarca se ajoelha na frente da pedra sobre a qual Cristo foi colocado após a sua morte, e faz algumas orações, ao mesmo tempo o milagre acontece. A luz surge do meio da pedra - uma luz azul, luz indefinível que, após algum tempo, acende as lamparinas de azeite, bem como as duas velas que o Patriarca traz consigo. Esta luz é "o Fogo Sagrado", que é passado a todas as pessoas presentes na Igreja. A cerimônia do "Milagre do Fogo Sagrado" pode ser a mais antiga cerimônia cristã no mundo, uma vez que, como já foi dito, ele é registrado a partir do quarto século d.C., até os nossos dias. A partir destas fontes torna-se evidente que o milagre foi celebrado no mesmo local, na mesma festa, e no mesmo tempo litúrgico em todos estes séculos.
Sempre que outras Igrejas tentaram obter o Fogo Sagrado, falharam. Três destas tentativas são conhecidas. Duas ocorreram no século XII, quando religiosos da Igreja Ocidental tentaram conseguir o milagre por si mesmos, e as tentativas terminaram com castigo de Deus. Mas o evento mais espantoso aconteceu no ano 1.579, quando Deus claramente testemunhou a quem somente poderia ser concedido diretamente o milagre. “Quando religiosos de uma das Igrejas Orientais pagaram aos otomanos, que então ocupavam a Terra Santa, para obter permissão para que seu Patriarca entrasse no Santo Sepulcro, o Patriarca Ortodoxo se colocou, triste, com os seus fiéis, à saída da igreja , perto da coluna da esquerda, e o Fogo Sagrado se acendeu perto do Patriarca Ortodoxo, rompendo aquela coluna verticalmente.” Hoje, quem visita o Santo Sepulcro pode verificar isso, vendo por si mesmo a coluna rachada.
Um muçulmano, chamado Tounom, que viu o milagroso evento de uma mesquita vizinha, imediatamente abandonou sua religião e se tornou cristão ortodoxo. Este evento teve lugar em 1.579, sob o governo do sultão Mourad IV, sendo Sofrônios IV Patriarca de Jerusalém. A referida coluna rompida, do século XII, ainda existe, e, como já foi dito, lá permanece, em testemunho do acontecimento. Guerreiros otomanos que estavam juntos à parede de uma construção perto do portão viram a luz refletir na coluna. Quando um deles viu este impressionante milagre, chorou e confessou ser Cristo verdadeiramente Deus, e saltou de uma altura de cerca de dez metros, mas não morreu nas pedras, pois as mesmas se tornaram suaves como e a marca de seus pés ficaram marcadas nelas. Os otomanos tentaram raspar estas marcas, para apagá-las, sem obter êxito; elas, então, permaneceram em testemunho do acontecimento. Aquele que confessou a Cristo foi queimado pelos otomanos perto da Igreja. Seus restos mortais foram recolhidos pelos gregos, e estão no Mosteiro da Virgem Maria (Panaghia) desde o século 19, e deles sai myron.
Os que negam a Paixão, Crucificação e Ressurreição de Cristo, tentaram pôr obstáculos para a realização do milagre. Um conhecido historiador muçulmano, Al Biruni, escreveu: "... um governador colocou um fio de cobre no lugar de um pavio na lamparina do Santo Sepulcro, de modo que ela não poderia acender, mas o fogo santo queimou o fio de cobre e acendeu-a.” Esta não foi a única tentativa. Um relatório escrito pelo cronista Inglês Gautier Vinisauf descreve o que aconteceu no ano de 1.192.
"Em 1.187 os sarracenos, sob a direção do Sultão Salah ad-Din (Saladino) tomaram Jerusalém. O Sultão quis, então, no mesmo ano, presenciar a celebração. Gautier Vinisauf diz-nos o que aconteceu:" Em sua chegada, o fogo sagrado desceu repentinamente, e os assistentes ficaram profundamente emocionados; os sarracenos disseram que o fogo que eles viram descer fora produzido por meios fraudulentos. Saladino, querendo expor o impostor, apagou a lamparina que o fogo celeste acendera, mas, uma vez feito isso, a lamparina imediatamente reacendeu. Ele a apagou uma segunda vez, e uma terceira, mas ela reacendeu sozinha. Então, o Sultão, confundido, chorou, dizendo, em tom profético: "Sim, morrerei ou perderei Jerusalém."
|
Você precisa ser um membro de Ave Luz para adicionar comentários!
Entrar em Ave Luz